quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ALTERAÇÕES NO PIB DOS ESTADOS BRASILEIROS



PIB dos municípios 2010 (Foto: Editoria de Arte/G1)
O alto preço das commodities minerais em 2010 fez com que capitais como Rio e São Paulo perdessem lugar na participação do PIB nacional em relação a 2009. Sem indústria extrativista, com uma indústria de transformação estagnada e tendo nos serviços o suporte da economia, as capitais perderam para municípios produtores de minério de ferro e manganês, que  aumentaram sua participação no PIB em 2010, segundo os dados divulgados na manhã desta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Paraupebas, no Pará, Itabira e Ouro Preto, em Minas Gerais, cidades produtoras de minério de ferro, aumentaram sua participação nas contas nacionais em 0,2% e 0,1% respectivamente, segundo Sheila Zani, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, enquanto que o Rio teve um recuo de 0,2% e São Paulo 0,3%.
Segundo Sheila, a participação das capitais na composição do PIB nacional – que em 1999, quando o IBGE iniciou a pesquisa, chegava a quase 39% – a partir de 2003 estabilizou-se em 34%, por conta da valorização das commodities.
“Enquanto o estado do Rio mostra estabilidade na indústria, o município teve perda do valor adicionado do setor industrial. A indústria que cresce é a extrativa, que floresce no estado, mas não no município.São Paulo passa pela mesma situação”, explicou Sheila.
Embora com menos força que as minerais, as commodities agrícolas também tiraram espaço das capitais na composição do PIB. Os destaques são Cristalina, em Goiás, com uma agricultura diversificada que inclui café, trigo, alho e feijão; Petrolina, em Pernambuco, cuja cultura irrigada permite boas safras de uva, goiaba e manga, que por sua vez se beneficiaram do alto preço no mercado, principalmente a uva.
Produtores de algodão, milho e soja como São Desidério, na Bahia, Uberaba, em Minas, e Rio verde, em Goiás, também apresentaram as maiores participações no valor adicionado da agricultura.

Administração pública e serviçosSegundo Sheila, o peso da adminsitração pública no PIB em 2010 era superior a um terço em 35,6% dos municípios brasileiros (1.980 municípios). Segundo a pesquisa do IBGE, Norte e Nordeste concentram municípios com grande dependência da máquina administrativa. O setor de serviços corresponde a dois terços da formação do PIB nacional e, nesse segmento, as maiores participações são das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.  
Sheila Zani, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE (Foto: Lilian Quaino/G1)Sheila Zani, gerente da Coordenação de Contas
Nacionais do IBGE (Foto: Lilian Quaino/G1)
54 cidades concentram 50% do PIBApenas 54 municípios – dos cerca de 5,5 mil existentes no Brasil – concentravam cerca de 50% do PIB do país em 2010, segundo o IBGE. Na outra ponta, outras 1.325 cidades, juntas, detinham 1% do total.
“Nesta faixa, estavam 75% dos municípios doPiauí, 61,4% dos municípios da Paraíba, 50,9% dos municípios do Rio Grande do Norte e 48,9% dos municípios do Tocantins”, aponta o estudo do IBGE.
Somados, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília concentraram 20,8% dos R$ 3,77 trilhões do PIB daquele ano. A fatia, no entanto, foi menor que no ano anterior: em 2009, os três municípios foram responsáveis por 21,4% do PIB. A participação de São Paulo – que seguiu no primeiro lugar do ranking dos maiores PIBs do país –, caiu de 12% para 11,8%; do Rio, de 5,3% para 5%; e de Brasília, de 4,1% para 4%.
No ranking dos seis municípios que mais geraram renda em 2010 estão ainda Curitiba e Belo Horizontex, com 4,1% cada, e Manaus, com 1,3%. Juntos, os seis responderam por 25% de todo o PIB brasileiro naquele ano.
Menores PIBs
Na outra ponta, dois municípios do Piauí registraram os menores PIBs do país em 2010: Santo Antônio dos Milagres, com R$ 7,2 milhões, e Miguel Leão, com R$ 8,8 milhões. São Félix doTocantins (TO), Viçosa (RN) e Quixabá (PB) completam a lista dos cinco menores
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Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/12/commodities-fizeram-rio-e-sp-perder-lugar-na-composicao-do-pib-diz-ibge.html

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

7 conflitos atuais causados por diferenças religiosas


Por Jessica Soares
Colaboração para a SUPERINTERESSANTE
Depois da II Guerra Mundial, a ONU adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que colocava em pauta o “respeito universal e observância dos direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião”. O ideal foi reforçado em 1999, ano em que líderes budistas, protestantes, católicos, cristãos ortodoxos, judeus, muçulmanos e de várias outras religiões se reuniram para assinar o Apelo Espiritual de Genebra. O documento pedia aos líderes políticos e religiosos algo simples: a garantia de que a religião não fosse mais usada para justificar a violência.
Passados muitos anos e outras muitas tentativas de garantir a liberdade religiosa, grande parte dos conflitos que hoje acontecem no mundo ainda envolve crenças e doutrinas, que se misturam a uma complexa rede de fatores políticos, econômicos, raciais e étnicos. De “A a T”, conheça sete conflitos atuais que têm, entre suas motivações, a intolerância religiosa:
1. Afeganistão
Grupos em conflito: fundamentalistas radicais muçulmanos e não-muçulmanos
O Afeganistão é um campo de batalhas desde a época em que Alexandre, o Grande, passava por lá, em meados de 300 a.C. Atualmente, dois grupos disputam o poder no país, em um conflito que se desenrola há anos. De um lado está o Talibã, movimento fundamentalista islâmico que governou o país entre 1996 e 2001. Do outro lado está a Aliança do Norte, organização político-militar que une diversos grupos demográficos afegãos que buscam combater o Regime Talibã.
Após os atentados de 11 de setembro de 2001, a Aliança do Norte passou a receber o apoio dos Estados Unidos, que invadiram o Afeganistão em busca do líder do Al-Qaeda, Osama Bin Laden, estabelecendo uma nova república no país. Em 2011, americanos e aliados comemoraram a captura e morte do líder do grupo fundamentalista islâmico responsável pelo ataque às Torres Gêmeas, mas isso não acalmou os conflitos internos no país, que continua sendo palco de constantes ataques talibãs.
2. Nigéria
Grupos em conflito: cristãos e muçulmanos
Não é apenas o rio Níger que divide o país africano: a população nigeriana, de aproximadamente 148 milhões de habitantes, está distribuída em mais de 250 grupos étnicos, que ocuparam diferentes porções do país ao longo dos anos, motivando constantes disputas territoriais. Divididos espacialmente e ideologicamente estão também os muçulmanos, que vivem no norte da Nigéria, e cristãos, que habitam as porções centro e sul. Desde 2002, conflitos religiosos têm se acirrado no país, motivados principalmente pela adoção da sharia, lei islâmica, como principal fonte de legislação nos estados do norte. A violência no país já matou mais de 10 mil pessoas e deixou milhares de refugiados.
3. Iraque
Grupos em conflito: xiitas e sunitas
Diferentes milícias, combatentes e motivações se misturam no conflito que tem lugar em território iraquiano. Durante os anos de 2006 e 2008, a Guerra do Iraque incluía conflitos armados contra a presença do exército dos Estados Unidos e também violências voltadas aos grupos étnicos do país. Mas a retirada das tropas norte-americanas, em dezembro de 2011, não cessou a tensão interna. Desde então, grupos militantes têm liderado uma série de ataques à maioria xiita do país. O governo iraquiano estima que, entre 2004 e 2011, cerca de 70 mil pessoas tenham sido mortas.
4. Israel
Grupos em conflito: judeus e mulçumanos
Em 1947, a ONU aprovou a divisão da Palestina em um Estado judeu e outro árabe. Um ano depois, Israel foi proclamado país. A oposição entre as nações árabes estourou uma guerra, que, com o crescimento do território de Israel, deixou os palestinos sem Estado. Como tentativa de dar fim à tensão, foi assinado em 1993 o Acordo de Oslo, que deu início às negociações para criação de um futuro Estado Palestino. Tudo ia bem até chegar a hora de negociar sobre a situação da Cisjordânia e da parte oriental de Jerusalém – das quais nem os palestinos nem os israelenses abrem mão.
Na Palestina, as eleições parlamentares de 2006 colocaram no poder o grupo fundamentalista islâmico Hamas. O grupo é considerado uma organização terrorista pelas nações ocidentais e fracassou em formar um governo ao lado do Fatah – partido que prega a reconciliação entre palestinos e israelenses. O Hamas assumiu o poder da Faixa de Gaza. E o Fatah chegou ao da Cisjordânia, em conflitos que se prolongaram até fevereiro de 2012, quando os dois grupos fecharam um acordo para a formação de um governo. Mas segundo o site da Al Jazeera, rede de notícias do Oriente Médio, a rixa continua. Eleições parlamentares e presidenciais serão conduzidas nos dois territórios e a tensão internacional permanece pela possibilidade do Hamas voltar a vencer no processo eleitoral.
5. Sudão
Grupos em conflito: muçulmanos e não-muçulmanos
A guerra civil no Sudão já se prolonga há mais de 46 anos. Estima-se que os conflitos, que misturam motivações étnicas, raciais e religiosas, já tenham deixado mais de 1 milhão de sudaneses refugiados. Em maio de 2006 o governo e o principal grupo rebelde, o Movimento de Libertação do Sudão, assinaram o Acordo de Paz de Darfur, que previa o desarmamento das milícias árabes, chamadas janjawid, e visava dar fim à guerra. No mesmo ano, no entanto, um novo grupo deu continuidade àquela que foi chamada de “a pior crise humanitária do século” econsiderada genocídio pelo então secretário de estado norte-americano Colin Powell, em 2004.
6. Tailândia
Grupos em conflito: budistas e mulçumanos
Um movimento separatista provoca constantes e violentos ataques no sul da Tailândia e criou uma atmosfera de suspeita e tensão entre muçulmanos e budistas. Apesar dos conflitos atingirem os dois grupos, eles representam parcelas bastante desiguais do país: segundo dados do governo tailandês, quase 90% da população do país é budista e cerca de 10% muçulmana.
7. Tibete
Grupos em conflito: Partido Comunista da China e budistas
A regulação governamental aos monastérios budistas teve início quando o Partido Comunista da China marchou rumo ao Tibete, assumindo o controle do território e anexando-o como província, em 1950. Mais de meio século se passou desde a violenta invasão, que matou milhares de tibetanos e causou a destruição de quase seis mil templos, mas a perseguição religiosa permanece. Um protesto pacífico iniciado por monges em 2008 deu início a uma série de protestos no território considerado região autônoma da República Popular da China.