Bacia
hidrográfica é uma área onde ocorre a drenagem da água das chuvas para um
determinado curso de água (geralmente um rio). Com o terreno em declive, a água
de diversas fontes (rios, ribeirões, córregos, etc) deságuam num determinado
rio, formando assim uma bacia hidrográfica. Logo, uma bacia hidrográfica é
formada por um rio principal (as vezes dois ou três) e um conjunto de afluentes
que deságuam neste rio principal.
Bacias Hidrográficas e rios
Bacia Hidrográfica Amazônica - É a maior bacia hidrográfica do
mundo, com 7.050.000 km², sendo que 3.904.392,8 km² estão em terras
brasileiras. Seu rio principal (Amazonas), nasce no Peru com o nome de
Vilcanota e recebe posteriormente os nomes de Ucaiali, Urubamba e Marañon.
Quando entra no Brasil, passa-se a chamar Solimões e, após o encontro com o Rio
Negro, perto de Manaus, recebe o nome
de Rio Amazonas. O Rio Amazonas percorre 6.280 km, sendo o segundo maior do
planeta em extensão (após o Rio Nilo, no Egito, com 6.670 km) é o maior do
mundo em vazão de água. Sua largura média é de 5 quilômetros e possui 7 mil
afluentes, além de diversos cursos de água menores e canais fluviais criados
pelos processos de cheia e vazante.
A Bacia Amazônica está localizada
em uma região de planície e tem cerca de 23 mil km de rios navegáveis, que
possibilitam o desenvolvimento do transporte hidroviário. A navegação é
importante nos grandes afluentes do Rio Amazonas, como o Madeira, o Xingu, o
Tapajós, o Negro, o Trombetas e o Jari. Em 1997 é inaugurada a na bacia, a
Hidrovia do Rio Madeira, que opera de Porto Velho até Itacoatiara, no Amazonas.
Possui 1.056km de extensão e por lá é feito o escoamento da maior parte da
produção de grãos e minérios da região.
Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco - Possui uma área de
645.067,2 km² de extensão e o seu principal rio é o São Francisco, com 3.160 km
de extensão. É o maior rio totalmente brasileiro e percorre 5 estados (Minas
Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe). Além disso é fundamental na
economia da região que percorre, pois permite a atividade agrícola em suas
margens e oferece condições para a irrigação artificial de áreas mais
distantes, muitas delas semi-áridas. Os principais afluentes perenes são os
rios Cariranha, Pardo, Grande e das Velhas. Seu maior trecho navegável se
encontra entre as cidades de Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) com 1.371km de
extensão. O potencial hidrelétrico do rio é aproveitado principalmente pelas
grandes usinas de Xingó e Paulo Afonso.
Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins-Araguaia - É a maior bacia
localizada inteiramente em território brasileiro, com 813.674,1 km². Seus
principais rios são o Tocantins e o Araguaia. O rio Tocantins, com 2.640 km de
extensão, nasce em Goiás e desemboca na foz do Amazonas. Possui 2.200 km
navegáveis (Entre as cidades de Peixe-GO e Belém-PA) e parte de seu potencial
hidrelétrico é aproveitado pela usina de Tucuruí, no Pará - a 2ª maior do país
e uma das cinco maiores do mundo. O Rio Araguaia nasce em Mato Grosso, na
fronteira com Goiás e une-se ao Tocantins no extremo norte do estado de
Tocantins. A construção da Hidrovia Araguaia-Tocantins, tem sido questionada
pelas ONGs (Organizações Não-Governamentais) em razão dos impactos ambientais
que ela pode provocar, cortando dez (10) áreas de preservação ambiental e 35
(trinta e cinco) áreas indígenas, afetando uma população de 10 mil índios.
Bacia Hidrográfica do Rio da Prata - O Rio da Prata tem origem no
encontro dos rios Paraná, Uruguai e Paraguai, na fronteira entre a Argentina e
Uruguai. Esses quatro rios são os principais formadores dessa bacia, de
1.397.905,5 km² - a segunda maior do país - e se estende entre Brasil, Uruguai,
Bolívia, Paraguai e Argentina. O Rio Paraná com 2.940 km nasce na junção dos
rios Paranaíba e Grande, na divisa de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São
Paulo. Apresenta o maior aproveitamento hidrelétrico do Brasil, abrigando por
exemplo, a Usina de Itaipu. Em 1999 foi inaugurada no Rio Paraná, a Usina
Hidrelétrica de Porto Primavera - a segunda maior do Estado de São Paulo. Os
afluentes do Paraná (Tietê e Paranapanema, tem grande potencial para geração de
energia. Com relação às hidrovias, a Tietê-Paraná, é a mais antiga do país,
atualmente com 2.400km de extensão.
O rio Uruguai
forma-se pela junção dos rios Canoas e Pelotas, na divisa entre os estados do
Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Seus formadores têm suas nascentes na Serra
Geral em cotas aproximadas de 1.800m e apresenta uma direção geral leste-oeste,
até receber, pela margem direita, o rio Peperi-Guaçu, quando começa a infletir
para sudoeste, servindo de fronteira entre o Brasil e Argentina, até receber o
rio Quaraí, afluente da margem esquerda que atua como fronteira entre o Brasil
e o Uruguai. A partir da desembocadura do Quaraí, o Uruguai segue para o sul
até a localidade de Nueva Palmira, onde lança suas águas no rio da Prata. Seu
percurso total é de 1.770Km da junção de seus formadores até a foz do Quaraí
perfaz 1.262Km. Os restantes 508Km correm entre terras uruguaias e argentinas.
Seu desnível total é de (24cm/km).
Em Julho de 2000, o Rio Iguaçu -
que pertence a essa bacia -, é cenário de um dos maiores desastres ecológicos
da história do país: cerca de 4 milhões de litros de óleo, vazam da refinaria
Presidente Getúlio Vargas da Petrobrás, e formam uma mancha de quase 20km de
extensão no rio, afetando o equilíbrio ecológico da região.
Bacia Hidrográfica do Atlântico Sul - É composta de várias pequenas
e médias bacias costeiras, formadas por rios que desaguam no Oceano Atlântico.
O trecho norte-nordeste engloba rios localizados no norte da bacia amazônica e
aqueles situados entre a foz do rio Tocantins e a do rio São Francisco. Entre
eles, está o Rio Parnaíba, na divisa entre o Piauí e o Maranhão, que forma o
único delta oceânico das Américas. Entre a foz do rio São Francisco e a divisa
do Rio de Janeiro e São Paulo estão as bacias do trecho leste, no qual se destaca
o rio Paraíba do Sul. A partir dessa área começam as bacias do sudeste-sul. Seu
rio mais importante é o Itajaí, no estado de Santa Catarina.
Bacia do Leste - Assim como a bacia do nordeste, esta bacia possui
diversos rios de grande porte e importância regional. Entre eles, temos os rios
Pardo, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas,
Paraguaçu, entre outros. O rio Paraíba do Sul, por exemplo, situa-se entre os
estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, apresentando ao longo do
seu curso diversos aproveitamentos hidrelétricos, cidades ribeirinhas de porte
e indústrias importantes, como a Companhia Siderúrgica Nacional.
Maiores usinas hidrelétricas brasileiras:
As maiores usinas hidrelétricas
brasileiras por capacidade instalada:
1) Itaipú (Rio Paraná) - 12.600 MW (*);
2) Tucuruí (Rio Tocantins) - 4.245 MW;
3) Ilha Solteira (Rio Paraná) - 3.444 MW;
4) Xingó (Rio São Francisco) - 3.000 MW;
5) Paulo Afonso IV (São Francisco) - 2.460 MW;
6) Itumbiara (Rio Paranaíba) - 2.082 MW;
7) São Simão
(Rio Paranaíba) - 1.710 MW;
8) Fóz do Areia (Rio Iguaçú) - 1.676 MW;
9) Jupiá (Rio Paraná) - 1.551 MW;
10) Itaparica (Rio São Francisco) - 1.500 MW;
11) Itá (Rio Uruguai) - 1.450 MW;
12) Marimbondo (Rio Grande) - 1.440 MW;
13) Porto
Primavera (Rio Paraná) - 1.430 MW;
14) Salto Santiago (Rio Iguaçú) - 1.420 MW;
15) Água Vermelha (Rio Grande) - 1.396 MW;
16) Corumbá (Rio Corumbá) - 1.275 MW;
17) Segredo (Rio Iguaçú) - 1.260 MW;
18) Salto Caxias (Rio Iguaçú) - 1.240 MW;
19) Furnas (Rio Grande) - 1.216 MW;
20) Emborcação (Rio Paranaíba) - 1.192 MW;
21) Salto Osório (Rio Iguaçú) - 1.078 MW;
22) Estreito (Rio Grande) - 1.050 MW;
23) Sobradinho (Rio São Francisco) - 1.050 MW.
(*) Itaipú é considerada usina
binacional (Brasil/Paraguai). Assim, inteiramente nacional, a maior é a de
Tucuruí, no Pará.
MAIORES RIOS BRASILEIROS EM VAZÃO E POR EXTENSÃO (M³/S)
1°) Rio Amazonas (Bacia Amazônica) - 209.000;
2°) Rio Solimões (Bacia Amazônica) - 103.000;
3°) Rio Madeira (Bacia Amazônica) - 31.200;
4°) Rio Negro (Bacia Amazônica) - 28.400;
5°) Rio Japurá (Bacia Amazônica) - 18.620;
6°) Rio Tapajós (Bacia Amazônica) - 13.500;
7°) Rio Purus (Bacia Amazônica),
8º) Rio Tocantins (Bacia Tocantins-Araguaia)
9º) Rio
Paraná (Bacia do Prata) - 11.000;
10°) Rio Xingu (Bacia Amazônica) - 9.700;
11°) Rio Içá (Bacia Amazônica) - 8.800;
12°) Rio Juruá (Bacia Amazônica) - 8.440;
13°) Rio Araguaia (Bacia Tocantins-Araguaia) -
5.500;
14°) Rio Uruguai (Bacia do Prata) - 4.150;
15°) Rio São Francisco (Bacia do São Francisco) -
2.850; e
16°) Rio
Paraguai (Bacia do Prata) - 1.290.
Observações:
1) Os rios da bacia amazônica são
responsáveis por 72% dos recursos hídricos do Brasil;
2) o aqüífero guarani, com
1.194.800 km² de extensão e 45 quatrilhões de litros, é o maior reservatório de
água doce da América do Sul e 70% dele está localizado no Brasil (Mato Grosso
do Sul - 25,5%, Rio Grande do Sul - 18,8%, São Paulo - 18,5%, Paraná - 15,0%,
Goiás - 6,5%, Santa Catarina - 6,5%, Minas Gerais - 6,1% e Mato Grosso - 3,1%),
19% na Argentina, 6% no Paraguai e 5% no Uruguai.
Recursos Hídricos - Os maiores
rios brasileiros por extensão:
Amazonas 6.868km (Bacia Amazônica), São Francisco
3.160 km (Bacia do São Francisco), Tocantins 2.640 km (Bacia
Tocantins-Araguaia), Negro, Tapajós, Xingú (Bacia Amazônica), Araguaia (Bacia
Tocantins-Araguaia), Madeira (Bacia Amazônica); Paraná 2.940km, Paraguai e Uruguai 1.500km (todos da
Bacia do Prata).
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